segunda-feira, 25 de junho de 2012

Movendo o grão da existência

Sinto-me tão livre e resignado, prestes a desabitar o corpo, cárcere que me priva a alma. Venci a ignorância e  o medo da derrota. Não completamente, mas o suficiente para reconhecer-me ainda imaturo.
É que chega um tempo em que não precisamos mais mudar o mundo com gritos e euforia, mas com amor. Amor silencioso e humilde. Amor sem necessidade ou possibilidade de provas. Chega o momento em que o esforço para ser melhor cansa até os ossos, mas deita-se a consciência em chão de jardins a observar estrelas. Valeu a pena o esforço!
E então se diz: mudei o mundo! Mudei um grão do lugar, e ele mudará outros grãos, que mudarão outros grãos, e um dia mudarão pedras dos lugares. E tudo graças a resignação.

terça-feira, 19 de junho de 2012

O que será que será dos versos?

O que será que será dos versos?
O inverso do que se espera
ou o que se espera do inverso?

O que será que será dos versos?
Glória entre outras mil
ou sonhos mil adversos?

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Canção despedaçada

Se minha tristeza fosse expressada agora,
ela engoliria o mundo.
Se todo caos assim, profundo, fosse caos sem fim,
ele engoliria o universo.

E eu estaria em um verso, uma dor cantada,
uma canção despedaçada de um músico amador.
É como cá, assim estou.

Se o choro pudesse resolver todos os problemas
eu inundaria o mundo.
Se todo olhar assim, de espanto, fosse um canto,
todos cantariam nadando.


E eu estaria em um verso, uma dor cantada,
uma canção despedaçada de um músico amador.
É como cá, assim estou.


domingo, 17 de junho de 2012

Talvez a dor pudesse distrair a tristeza

Talvez a dor pudesse distrair a tristeza. O fundo do poço é muito mais escuro e sombrio. Se os olhos chorassem sangue, não mais haveria uma gota no corpo. A alma despedaçada, como pode? Talvez a dor pudesse distrair toda a tristeza...

sábado, 2 de junho de 2012

Lassidão.

Deixei-me ver frente ao espelho meus olhos vermelhos que deixavam lágrimas caírem. A cada dia a certeza só cresce. Nem lembro mais da minha última morte. E venho tentando ressuscitar a cada uma delas com a esperança de manter o espírito convalescente. Mas certeza cá existe! E empenha-se para mante-se.

Quando abrir meus olhos após 13 de julho, não sei se verei luzes. A certeza de que verei sombras olvida-me de qualquer esperança.
Já fui olvido e até me acostumei à lassidão.




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