quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Interminável

E para dizer que tudo vai dar certo solta-se a esperança.
E a esperança desdobra-se em necessidade.
Prolongar a vida num gole de vontade.
E coragem para reconhecer fraquezas.


Decepcionamos

Decepcionamos por não sermos perfeitos, por sermos suscetíveis aos mesmos erros. Decepcionamos até por sermos perfeitos demais. Mas, perfeitos demais? perfeito não é perfeito?

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Encontro marcado

Diga a ela que ela não precisa vir atrás de mim. Que estou indo até ela. Estou dando passos largos e desejo encontrá-la, em cada esquina, cada curva, cada tombo, em cada dor no corpo, cada fadiga extrema, cada desencontro comigo mesmo.
Não, ela não precisa procurar-me. Eu quero encontrá-la em qualquer destas linhas, a cada movimento de mim mesmo, em cada rua, cada gesto de heroísmo insensato, cada azar que me cerque. E quero encontrá-la logo, para salvar quem quem não quer tê-la por perto e para que ela me leve para onde eu deveria estar por ser do jeito que sou.
Diga a ela que não a temo, que sou seu admirador e que, de alguma forma, procuro entendê-la. Diga para que me receba de braços abertos e que não precisará me levar à força. Que abraçarei seus braços e aceitarei sua ordem. Porque nada é fracasso, nem cansaço, nem sede de tristeza. É tudo uma questão de justiça.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Das linhas do fim do mundo

Contempla-me a alma com um abraço, um encanto
Deixa-te ver e saber dizer que sou teu canto
E que existe um canto de ti onde me guardas.

E que toda mágoa é atitude não planejada
Deixa-te ver e saber de tudo ou nada.
Contempla-me com nada que não me torne tudo.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aperta os olhos



Abraça o peito e aperta os olhos
toda vez que eu vejo luz, as sombras dormem
e as sombras correm (quando acordam) e tentam me alcançar

Despido de virtudes e de esperança
o medo é uma desilusão perdida
que fosse ainda viva seria a salvação

Aperta os olhos e dorme
abracei o silêncio e me tornei solitário
dentre outras (pertinentes) fugas de um mundo escuro

Não aperta os olhos, pois eles não podem mais abrir.



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Movendo o grão da existência

Sinto-me tão livre e resignado, prestes a desabitar o corpo, cárcere que me priva a alma. Venci a ignorância e  o medo da derrota. Não completamente, mas o suficiente para reconhecer-me ainda imaturo.
É que chega um tempo em que não precisamos mais mudar o mundo com gritos e euforia, mas com amor. Amor silencioso e humilde. Amor sem necessidade ou possibilidade de provas. Chega o momento em que o esforço para ser melhor cansa até os ossos, mas deita-se a consciência em chão de jardins a observar estrelas. Valeu a pena o esforço!
E então se diz: mudei o mundo! Mudei um grão do lugar, e ele mudará outros grãos, que mudarão outros grãos, e um dia mudarão pedras dos lugares. E tudo graças a resignação.

terça-feira, 19 de junho de 2012

O que será que será dos versos?

O que será que será dos versos?
O inverso do que se espera
ou o que se espera do inverso?

O que será que será dos versos?
Glória entre outras mil
ou sonhos mil adversos?

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Canção despedaçada

Se minha tristeza fosse expressada agora,
ela engoliria o mundo.
Se todo caos assim, profundo, fosse caos sem fim,
ele engoliria o universo.

E eu estaria em um verso, uma dor cantada,
uma canção despedaçada de um músico amador.
É como cá, assim estou.

Se o choro pudesse resolver todos os problemas
eu inundaria o mundo.
Se todo olhar assim, de espanto, fosse um canto,
todos cantariam nadando.


E eu estaria em um verso, uma dor cantada,
uma canção despedaçada de um músico amador.
É como cá, assim estou.


domingo, 17 de junho de 2012

Talvez a dor pudesse distrair a tristeza

Talvez a dor pudesse distrair a tristeza. O fundo do poço é muito mais escuro e sombrio. Se os olhos chorassem sangue, não mais haveria uma gota no corpo. A alma despedaçada, como pode? Talvez a dor pudesse distrair toda a tristeza...

sábado, 2 de junho de 2012

Lassidão.

Deixei-me ver frente ao espelho meus olhos vermelhos que deixavam lágrimas caírem. A cada dia a certeza só cresce. Nem lembro mais da minha última morte. E venho tentando ressuscitar a cada uma delas com a esperança de manter o espírito convalescente. Mas certeza cá existe! E empenha-se para mante-se.

Quando abrir meus olhos após 13 de julho, não sei se verei luzes. A certeza de que verei sombras olvida-me de qualquer esperança.
Já fui olvido e até me acostumei à lassidão.




obs.: Repostagem

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Opus Dolori

Tendo cuspido um lápis, deitou-se ao chão e rabiscou a forma de seu corpo, tendo desenhado a morte. A escuridão o observara mais uma vez sem o equilíbrio de suas forças, estático e abduzido. Não conseguia abrir os olhos, não conseguia mexer os braços, não conseguia sequer mover o pensamento. Distante, perto demais do fim. E uma música dançava aos olhos a tristeza. Lágrimas caem em sons de dores. E o desespero canta suas próprias mágoas. A música termina. O silêncio grita alto. As letras ficam mudas. O músico descobre que a vida agora é surda. E um sopro leva o último suspiro.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu te amo sem medida existente.

Eu te amo loucamente,
ao dizer completamente,
ao espanto de não saber calar.

Eu te amo simplesmente,
é que amar a gente sente,
e a gente sabe quando sabe amar.

Eu te amo sem medida existente.
Meu riso contigo é contente.
Porque só de amar sou diferente.
E te amar menos não tentei.

Eu te amo com esse amor latente
mas não se faça de inocente
Tu já sabias inicialmente
que amar pouco eu não sei.


terça-feira, 8 de maio de 2012

Foi quando morri
e abracei meus olhos com espanto.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Anjos do sol.

Ela entrou no caminhão. Destino: qualquer lugar.
Fugida de um cafetão e de uma cafetina, triste fim para quem tanto lutou contra ser explorada sexualmente.

- Qualquer lugar? Que sorte a tua. Eu também! - disse o motorista.

E nada poderia terminar pior. Às vezes esperamos que o mundo seja justo de alguma forma. Mas tudo o que acaba restando é necessidade de chorar. Pela desesperança e pelas injustiças que, infelizmente, não mudarão.

No fim, estamos todos longe do sol.

¿O que serão de nossas lágrimas se não valerem a pena?



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

/\/\/\

Odeio quando fazes do vento uma fração do silêncio.
Quando fazes do silêncio um grito d'alma.
Quando, repetindo ao céu em som intenso.
Fazes do universo um mar de calma.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Repetitismo.

Entre outros, outros tantos de outrora.
Vá-la-me Deus, Nossa Senhora.
Tinha que ser agora?

Palavras 'parafraseando' palavrões.
Me perdoe as mil desculpas, mil perdões.
É que errar é um erro das canções.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Esperança

A ESPERANÇA É O ALIMENTO DA VIDA!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fonte das Idéias

Despeço-me de um pedaço meu.
Uma euforia de vozes, coração silente.
Vociferando poesias, eu
um túrbido grandiloquente.

Lamúrias trescalando dor.
Exsudação de sentimentos.
Em todo ensejo estertor
há sinal de pensamento.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Snoopy / It Changes

Algumas pessoas deixariam um vazio muito grande se saíssem de nossas vidas.
E o vazio incomoda-nos porque deixa-nos incompletos!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Amar


O amor tem seus mistérios.
E amar é assim, um gole desmedido de vontade.
Amar é como não ter piedade de si mesmo.
Pode doer, sofrer, mas o coração aguenta.
E em todo caso de injustiça, amar é dedicar-se ao perdão.
Amar é dedica-se à vida como se a morte fosse certa.
Pode ser que amar seja algo sem qualquer explicação.
Sobretudo, amar é dedicar-se à metade do que nos completa.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A busca.

A vida é uma incessante busca.
Que esta busca seja algo que nos traga paz!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mundo sem rumo

Já não sei mais o que fazer. Já não sei mais o que dizer. Quando teus pés se afastam eu fico sem chão. E fico sentado olhando os outros andarem. Minha cabeça gira, e o mundo não. Meu mundo sem rumo sob nenhum olhar.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Conversando com silêncio

Ontem eu abracei o silêncio. Disse-lhe sobre meus temores, despontei minhas loucuras.
Guardo de seus gritos um golpe confuso de sua voz. Deve ser o calor, quem degenera tuas palavras.
Ontem eu abracei o silêncio. Disse-lhe sobre minhas virtudes e minha salvação destruída.
Sabes que contei tudo sobre mim quando não pude contar contigo. Deves, e temes amar.

domingo, 25 de setembro de 2011

Saudade

Talvez deixemos a saudade envelhecer nossos olhos. Se a saudade é mesmo pra onde nossas almas querem voltar, só eu sei onde eu queria estar agora. Há um contentamento nos os versos daqueles que nos inspiram:

"Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio a minha saudade, como um dever do meu amor; e quando houver em ti um eco de saudade, beija estes versos que escrevi chorando." Machado de assis.

"Quando penso em você, fecho os olhos de saudade. De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância." Clarice Linspector

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quem és tu que tem medo das verdades?

Se podes tu viver sem a luz da verdade, abrace a obscuridade das constantes desculpas.
Cada dia dia é um novo dia para inventar novas desculpas. E então viva apenas de inventar.
Negas tua presença e teus ouvidos, abraça o egoísmo. O mundo é assim. Proves a ti mesmo(a) que és igual aos que tanto se esforçam para não serem diferentes.
Se podes tu viver sem luz, esconde-te no conformismo de saber que não tentou e não tentarás. As árvores fazem sombras, mas se não subires ao topo nunca verás o sol a brilhar no céu. O teto protege do sereno, mas se não saíres ao pátio nunca verás a quem brilha a lua.
 Se podes tu viver sem mim, então viva. Pois que sou fraco demais para agir com egoísmo e fraco demais para consumir desculpas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Conversa

Teus passos galgam noutro caminho, tal como meus pés calejados despem minha direção.
Sim, é o inverso da proporcionalidade ou a total proporcionalidade da inversão.
Não estou em teus versos, nos teus olhares, nos teus pensamentos. Não estou em teu ser.
Não sou eu quem sabe mais de ti mesmo. Estou aquém do que eu poderia saber.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tom do Silêncio

Sabes a saudade que dá?
São tempos perdidos no ar.
Faz-me falta o teu olhar.

Meu coração veste uma solidão.
Destemida ao som de uma canção.
Meus pés tristes se arrastam no chão.

Minhas forças estão vencidas.
Tenho uma fraqueza desmedida.
Meu silêncio em tom de despedida.