segunda-feira, 1 de junho de 2009

E o que é normal?

-Você é louco!
-E eu achava que não. E por que senti isso?
-Porque cada vez que necessitamos de fuga, acabamos por sentir todas coisas absurdas como reais.
-E como eu posso sentir algo do qual nunca tive conhecimento prático ou teórico? Afinal você é ao menos real para estar querendo me dizer o que é certo ou errado?
-Sou apenas uma pequena parte da tua criação.


Certo dia, como em vários outros, tento acordar sem grande êxito. Os olhos estão sobrecarregados, as pápebras não estão grudadas, porém não consigo separá-las. Mas o que é isso, como posso não ter forças pra abrir meus próprios olhos? Em meio ao medo que isso me provoca sinto uma espécie de pressão sobre mim. Não sobre meu corpo, mas sobre mim de alguma forma. Quero escapar, quero fugir não só do mundo real, mas desse mundo metafísico também. As idéias se formam, mas não se explicam. E eu não sei explicar como isso chegou à minha cabeça, a não ser que eu não tenha criado e sim a recebido.
Sinto cada partícula do meu corpo se desprender de mi. separando-se na sua menor forma possível e libertando talvez minha alma. Desintegrando minha matéria, mas não minha alma. E ao desprender-me da matéria, sinto-me leve como o ar. Incrível sensação dura apenas alguns segundos e volto a me reconstituir em matéria sem aproveitar mais a incrível sensação.
Resta-me a dúvida: seria possível experiências num plano não-material?
A minha mente cética tenta me fazer crer que não. Mas como a tudo questiono, também a questiono.

-E o que é normal minha mente, o que é normal?

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