Ela me deu um abraço diferente hoje. Mais natural e como quem tem vontade, porém timidez, de abraçar. Pelo menos não foi só a timidez. E eu... tímido lá, sem saber como reagir.
Eu estava justamente onde eu queria estar! Por que eu não a abracei mais forte e a tasquei aquele beijão carinhoso no rosto? Por que?
Eu sempre deixo ou esqueço de fazer as coisas mais importantes na hora H. Perdi o tempo, o espaço, a inteligência. Tudo fica meio bobo e meio 'tudo bom' perto daquele rosto. Algum detalhe de sua face me chama tanto a atenção, de forma que não sei explicar.
Inconscientemente, eu sabia daquele momento e aproveitava o abraço. Tanto que nem pareço ter escutado as palavras que ela utilizou, mas recordo que ela disse alguma coisa.
Eu queria que aqueles braços me envolvessem em infinitas voltas e me protegessem pra sempre do meu maior mal, a minha tristeza infindável e pertinente. Fiquei admirando, ainda que em frações daquele segundo, sua beleza. O tempo parou novamente.
A mão dela veio rapidamente próxima ao meu rosto. Os dedos eram mais finos que os meus. Unhas curtas para quem toca violão, pequenas, e com um formato meio que quadrado e geometria regular. Geometria regular? É... afinal de contas, sou um engenheiro e observo as coisas meio diferente, em formas e números. A impressão de uma pele macia e sensível. Gostei da brincadeira de imitar socos.
Guardarei na memória o abraço, que sempre deixa a vontade de mais outro. Outro cada vez melhor. E outro melhor e melhor ainda mais.
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