O velho tabuleiro da vida... já desgastado, surrado, um pedaço de tecido sujo, amarelado.
Eu estava segurando e preservando a rainha, agindo apenas com os cavalos. Esqueci das rédeas, queria-os livres, mas foram capturados.
Afinal qual era o meu egoísmo? Mantê-los presos protegidos ou deixá-los livres a perigo?
Minha rainha surgiu dizendo que ela não haveria de ser minha dama, pois que eu era seu amigo. Foi como um tapa. Como se alguém dissesse que eu não posso sonhar, desejar estar junto com ela em castelo de sonhos e de felicidade. Foi como alguém me dizer que eu nunca seria como Jesus, pois ele é perfeito demais. Ora, mas não é essa perfeição que buscamos? Que sentido teria a vida se não fosse a busca pela perfeição.
Largou-me em direção a um castelo de cartas de baralho. Logo mais o vento me avisaria da crueldade de sua natureza nessa situação.
Bispos, caveleiros e até peões me cercavam com as cores da bandeira adversária. Uma silhueta de cor turva, parda, ou sei lá, quase escura, estava lendo em voz alta:
"Eis aqui tua senteça de morte! Cheque-mate!".
Um comentário:
Ja comentei aqui uma vez e voltei hoje. Caramba, como você escreve bem. Talvez a rainha do seu texto deseja ser livre, podendo assim capturar e lutar pelos interesses dela. Enfim, muito bem escrito o seu texto. Abraços
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