É muito diferente. Muito diferente do que costumamos imaginar. Como alguns de nós insiste em criticar nossa própria terra sem nem conhecê-la?
A viagem dura cerca de 50 minutos, foi o que disseram. Mas na prática durou mais que uma hora só até a primeira escola. Não foi nada mal.
Lembro da voz do cara estrangeiro dizendo:
-Eu conheço o encontro das águas, as cachoeiras de Figueiredo, já rodei todo esse estado. Vocês já viram os botos de perto? Já viram as terras caídas? Já Tocaram as mão nas águas do Amazonas enquanto o barco tá se deslocando?
Um monte de caboclos lança olhares entre si... Negam com a cabeça. O estrangeiro lança sua voz irônica:
-Acho engraçado tanta gente falar em sair daqui pra conhecer o mundo. Coitados, nem conhecem a própria terra!
Enfim, estrangeiro, hoje toquei as águas do Amazonas e vi com meus próprios olhos o fenômeno das terras caídas. Vi um boto cinza mostrar-se sutilmente entre as águas. Vi o encontro das águas sem precisar pagar aqueles 40 reais do passeio turístico. O bote até encalhou num banco de areia exatamente no meio do rio, entre as margens direita e esquerda. E o que fizemos? Rimos. Rimos a cada minuto e fizemos uma viagem muito divertida. Passaríamos mais duas horas tranquilamente naquele bote. Conheci mais um caboclo tipicamente ribeirinho, Seu Normando.
Mas lembrei em cada minuto dos olhos verdes que me faziam sentir saudade de algo que me faltava. Faltava alguém ao meu lado com quem eu pudesse compartilhar tudo aquilo. Queria que o que meus olhos viram hoje, uma natureza expessa e extremamente rica, uma diversidade que só a beleza amazônica demonstra e é capaz de fazer sentir, fosse também percebida por quem não estava lá.
Rimos das dificuldades e das bobeiras que às vezes falávamos. E cada um engoliu a saliva ensimesmado quando passamos naquele banzeiro mais forte. E rimos. Afinal, adrenalina acaba viciando.
Até descobrimos verdades hoje. Algumas até então esquecidas. Somos imensamente abençoados por uma essência que só é percebida no contato direto com ela mesma: Natureza!
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