quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Flor do cacto


Há uma forma que não se esconde atrás da necessidade do prazer, tal como uma luz ou as formas de um carro não são capazez de esconder na penumbra. Trata-se do amor. Certo dia houve uma discussão entre o estudante de engenharia e a estudante de serviço social sobre isso...
Ela encontrava justificativas deveras convincentes para tentar justificar que a necessidade de satisfazer o prazer era mais verdadeira do que a de não. Ela via um mundo de hipócritas que não admitia isso. Ela só não via que, por estar enfurecida e insatisfeita com esse mundo, torna-se escrava da desesperança de que isto, sim, isto! que sentimos em nosso coração, esse desejo de ter alguém ao nosso lado, para dividir, sim dividir! os sentimentos e multiplicar as esperanças, esse alguém para fazer planos, planejar mudar o mundo! - tornava-se escrava da deseperança de encontrar em alguém estes tais sentimentos.
Do amor nasce a satisfação, seja ela a de viver um dia pleno, seja ela a do prazer, seja qual for o prazer. Do amor nasce o desejo, mas o desejo saudável. Porque o casal de enamorados tem o desejo saudável e este gera mais um ser saudável. Um ser que será sim capaz de amar. Afinal, essa energia que nos cerca, sim! essa energia vital! é incontestável. É intuitivo o sentimento de justiça e de uma força que rege a natureza. Mas é tão real que não conseguimos negar. Não importa se é Deus ou Alá, ou qualquer outra coisa. Não sou moralista. Sou apenas sensato e sonho com um mundo melhor, mais justo e que  as pessoa sejam  verdadeiras por sererm simplesmente verdadeiras, não pela necessidade de ser o oposto daqueles que tanto julgam hipócritas.
O estudante de engenharia foi embora sem ter palavras pra explicar seus sentimentos, que não eram impostos ou moralistas, eram apenas verdadeiros e vinham dessa essência, dessa energia que rege a natureza. Achava interessante como existem tantos seres preocupados com a alienacão da mídia, das leis sociais, das questões religiosas, mas não percebiam que se entregavam a outras alienações, principalmente a alienação de não tentar mudar ou melhorar nada do que achavam errado. Foi cordial como sempre e não falou mais nada. Ele sabia que não adianta lutar contra a convicção de algumas pessoas. Convicção é mesmo isso, isso que aliena e distorce a capacidade de mudar para uma opinião mais sensata e coerentte. Foi pra casa aproveitando a paisagem que aquela tarde proporcionava. Só ele e aquela energia da natureza sabiam o sentimento humano mais divino: O amor. Raro de se ver, como a flor de um cacto.


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